Análise heurística
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A Análise Heurística é uma análise da interface de usuário, ou seja, da parte do produto que o usuário interage, como telas, botões, cursores, etc. Essa interface é comparada por especialistas em usabilidade com boas práticas de design, chamadas de heurísticas.
As etapas para realização dessa análise são explicadas a seguir.
1ª etapa – preparar para avaliação: nesta etapa os avaliadores precisam definir as tarefas do produto (ou de um protótipo funcional deste) que estarão sob avaliação e a lista de heurísticas a ser utilizada. Além disso, os avaliadores devem se familiarizar com o conceito do produto, lendo o manual, obtendo treinamento ou assistindo demonstrações de uso.
Principais heurísticas utilizadas: Heurísticas de Nielsen, Heurísticas de Zhang e Regras de ouro de Schneiderman.
2ª etapa – conhecer o produto: nesta etapa o avaliador deve conhecer individualmente o produto: a princípio, de forma exploratória, verificando todas as funções e funcionalidades deste. Em seguida, de forma mais coordenada, manuseando o produto como se fosse um usuário final e verificando quais heurísticas foram violadas. Os dois modelos são demostrados a seguir.
Abordagem exploratória:
O avaliador exploraria a caixa fechada, depois abriria a caixa e exploraria todos os acessórios presentes. Em seguida identificaria os elementos presentes no exterior do celular, como botões, câmera, flash, entradas de som, fone de ouvido e USB, slot de chip e cartão de memória, etc. e também a interface do celular, navegando pelos aplicativos, configurações e telas.
Abordagem coordenada:
O avaliador romperia o selo que lacra a caixa, abriria a caixa, pegaria o celular, retiraria os adesivos em volta deste, apertaria o botão de ligar, faria a configuração inicial etc. Somente quando fosse indicado nível baixo de bateria que o avaliador procuraria pelo carregador, o mesmo vale para outros acessórios. Em cada tarefa realizada o avaliador anotaria se e quais heurísticas foram violadas.
3ª etapa – analisar as violações: Tendo anotadas as violações, o avaliador deve analisar cada uma delas. Para cada heurística violada, deve-se dizer qual o problema de usabilidade encontrada, quais as possíveis consequências deste e qual a severidade. Por exemplo, essa mensagem de erro do Windows 10 que diz “algo aconteceu” e a única opção é “fechar”.
Heurísticas violadas: Boas mensagens de erro (Zhang)/ Ajudar os usuários a reconhecer, diagnosticar e se recuperar dos erros (Nielsen).
Problemas de usabilidade: Foi informado ao usuário que um erro ocorreu, mas não qual o erro ou como resolver.
Possíveis consequências: Por se tratar da instalação de um sistema operacional e a única opção ser “fechar”, o usuário pode não saber o fazer em seguida.
Severidade: Média.
4ª etapa – concluir a avaliação: Por fim, os avaliadores reúnem os dados obtidos individualmente em um único documento, analisando a coerência das anotações e discutindo-as novamente, caso necessário.
Para fabricantes de equipamentos eletromédicos ou produtos para a saúde, essa análise pode compor a documentação do Processo de Engenharia de Usabilidade no requisito 5.8 (verificação de usabilidade) das normas ABNT NBR IEC 60601-1-6 e NBR IEC 62366 vigentes.
Nos próximos posts, abordaremos as principais heurísticas existentes, acompanhe-nos no Facebook e LinkedIn para não perder nenhum post!
Por Natália Oliveira
Fontes:
N. STANTON, P. SALMON, L. RAFFERTY, G. WALKER, C. BABER, D. JENKINS, Human Factores Methods: a Pratical Guide for Engineering and Design, 2ª ed., Ashgate Publishing, 2013