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Processamento Central de Informações

As ações humanas são resultados de estímulos processados pelo cérebro de acordo com suas percepções e conhecimentos prévios, ou seja, quando você pega um controle remoto para ligar uma televisão e procura o botão vermelho, o maior botão ou o botão localizado mais acima é o seu cérebro usando os conhecimentos prévios para te dizer qual ação tomar.

Isso está totalmente ligado à interação humano-interface e, portanto, deve ser considerado em estudos de usabilidade.

Existe um conceito chamado Teoria do Processamento Central de Informações, que divide o processamento de dados em três etapas: entradas (inputs), processamento e saídas (outputs).

Entradas (inputs)

As entradas são caracterizadas pelos estímulos sensoriais (ou sensações) que recebemos diariamente. Tais estímulos estão relacionados aos cinco sentidos e podem ser visuais, auditivos, táteis, olfativos ou paladar.

O ser humano recebe múltiplos estímulos sensoriais constantemente, muitas vezes sendo mais de um estímulo por sentido, como por exemplo, em uma avenida movimentada são recebidos vários tipos de estímulos sonoros como barulho de carros em funcionamento, buzinas, vozes, música etc.

Processamento

O processamento é a forma com que os dados recebidos serão interpretados e conta com alguns aspectos importantes como percepção, atenção, memória e processamentos de ordem superior.

Saídas (outputs)

Por fim, as saídas são as respostas geradas após todo o processo de recebimento e processamento de estímulos. Essas respostas são, geralmente, motoras.

Todo esse processo desde a entrada até a saída leva um tempo para ser efetuado, por isso em situações de potencial perigo nosso organismo gera respostas automáticas que não necessitam de interpretação cognitiva e são comandadas pelo sistema nervoso primitivo.

Visto a complexidade envolvida desde a entrada de dados até resposta por ações, é possível entender a preocupação da usabilidade em minimizar situações que possam gerar falhas cognitivas, tais como alta exposição a estímulos e alta carga de memorização.

No próximo post, explicaremos mais detalhadamente como funciona o Processamento, acompanhe nosso Facebook e LinkedIn para ficar por dentro do assunto!

Por Natália Oliveira


Atributos de Usabilidade

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No post anterior, vimos que a definição de usabilidade remete à utilização e simplicidade. Apesar de parecer um conceito simples, existem quatro atributos envolvidos nesse conceito, eles são apresentados a seguir.

Efetividade: Esse conceito está diretamente relacionado à conclusão de tarefas e objetivos de sistema. Um uso efetivo é aquele onde a tarefa é concluída, repare que aqui não se preocupa se a execução da tarefa foi demorada ou difícil, somente se esta foi concluída.
Um exemplo disso é a situação de uma reunião. Para uma reunião ser efetiva deve-se ter bem definido o objetivo desta, qual resultado é esperado no final e, mais importante, deve ser mantido o foco no assunto principal.
A efetividade se relaciona com o conceito de eficácia e sua violação pode ser grave, pois compromete a atividade fim do sistema.

Eficiência: Todos sabem que usar um produto pela primeira vez pode ser difícil e demorado. Isso não significa, necessariamente, que o produto tem algum problema, pois é completamente natural ser mais cuidadoso e demorar mais tempo ao conhecer uma interface.
Mas e se mesmo sendo expert no uso daquele produto, ainda for demorado concluir a operação? Então o problema pode ser a eficiência!
A eficiência está relacionada com a performance do produto, ao quanto de tempo, recurso, memória e esforço são despendidos no uso.
O sistema deve ser eficiente para que o usuário consiga atingir uma boa produtividade depois de aprender a usá-lo.

Facilidade no uso: Ao contrário do conceito anterior, a facilidade no uso diz respeito ao usuário não experiente. Um produto onde há facilidade no uso é um produto intuitivo, onde há facilidade de assimilação dos comandos e que não exige muita memorização. Dessa forma, os usuários são capazes de utilizar o produto, sem grandes dificuldades, logo no primeiro contato.
Um exemplo disso é a barra de pesquisa do Google, que é fácil de mexer e utiliza ícones intuitivos para auxiliar os usuários.

Satisfação no uso: Esse atributo determina que o sistema deve ser agradável ao uso, de forma que o usuário se sinta satisfeito e aprecie o uso deste.
Esse conceito é um tanto quanto subjetivo, pois trata das preferências dos utilizadores do produto, o que pode variar de acordo com as concepções de cada um. O melhor jeito para mensurar esse atributo é ouvindo uma amostra grande de usuários e analisando os resultados obtidos.

Todos esses atributos são de extrema importância e podem afetar o desempenho do sistema!

Gostou de saber disso? Continuaremos abordando sobre questões de usabilidade por aqui, nos siga no Facebook e no LinkedIn para não perder nenhum post!

Por Natália Oliveira


O que é Usabilidade?

O que significa para você quando dizemos que algo é intuitivo de manipular? Você imagina algo que seja fácil de usar? Ou que é possível manipular e navegar pelas interfaces com o mínimo de conhecimento prévio?

Isso tem muito a ver com o conceito de USABILIDADE!

O termo Usabilidade engloba vários atributos importantes de um produto ou interface como efetividade, eficiência, facilidade e satisfação no uso. Do dicionário informal, “Usabilidade normalmente se refere à simplicidade e facilidade com que usa. Deriva-se do usual, algo comum e prático”.

O estudo de usabilidade pode estar diretamente contemplado nas áreas de interação humano-computador, interação homem-máquina, fatores humanos, ergonomia e outros.

Você já gastou um tempo tentando entender os botões do controle remoto ou instalou um aplicativo e não conseguiu usar?

Ajudando a vovó com o controle

Para evitar ou minimizar esse tipo de desconforto podem ser realizadas algumas avaliações em produtos quando eles ainda estão em fase de desenvolvimento. Essas avaliações têm aplicação em qualquer área, independente da criticidade ou complexidade, desde que se tenha algum dispositivo que possua uma interface com o ser humano.

A maior preocupação com a usabilidade do produto iniciou-se nas áreas militar, aeronáutica, automotiva e nuclear, pois nessas áreas a usabilidade da interface pode ser um fator decisivo para levar o operador a cometer um erro ou um acerto. Hoje em dia, o conceito de usabilidade tem grande popularidade, principalmente em plataformas digitais.

Painel de avião

Em breve falaremos mais sobre os atributos da usabilidade, as capacidades e limitações humanas, os diversos métodos em avaliações de interfaces e as normas relacionadas. Siga nossas páginas do Facebook e do LinkedIn para acompanhar!

Por Natália Oliveira


Engenharia de Usabilidade

norma62366A maioria das empresas entende os riscos que correm em lançar um produto com uma usabilidade ruim. Elas sabem que, no fim das contas, terão um preço a pagar – seja ele em modificações de alto custo, insatisfação do cliente, grande número de atendimento ao cliente, alto número de chamadas de serviço, reclamações, perda de produtividade, recalls e perda de receita.

Mas para alguns tipos de indústrias, as apostas podem ser bem mais elevadas. Para empresas desenvolvedoras de equipamentos médicos, uma usabilidade ruim pode ser literalmente uma questão de vida ou morte. Em um relatório publicado pelo FDA, mais de um terço dos incidentes envolvendo dispositivos médicos tinham envolvidas questões de usabilidade e, em média, 195.000 pessoas morrem nos hospitais americanos anualmente por causa de erros médicos. Não são em todos os casos de erros médicos que podemos atribuir a problemas de design e utilização, mas é de se constatar que interfaces de equipamentos médicos tem se tornado cada vez mais complexas e, sem dúvida, podem contribuir e muito para o problema.

A norma ABNT NBR IEC 62366: Aplicação de Engenharia de Usabilidade para Produtos para a Saúde é um padrão internacional que aponta diretamente para redução do risco de erros na utilização de produtos para a saúde, focada para fabricantes, para ser aplicada durante o desenvolvimento do produto.

Em resumo, a norma é um padrão baseado em processo que visa ajudar os fabricantes de produtos para a saúde no seu projeto incluindo usabilidade e excluindo erros de utilização. A norma também se aplica a toda a documentação que pode acompanhar um dispositivo, e para o treinamento dos usuários pretendidos.

Vale ressaltar que a norma ABNT NBR IEC 62366 se aplica a qualquer produto para a saúde, tem uma abrangência maior que a ABNT NBR IEC 60601-1-6, que se aplica somente a equipamentos eletro médicos. Porém seu conteúdo e requisitos são os mesmos, pode ser verificado que a norma 60601-1-6 aponta diretamente para a 62366.

Os fabricantes devem adotar um processo de design centrado no usuário (chamado de Processo de Engenharia de Usabilidade na norma) que abrange o ciclo de vida do projeto e desenvolvimento do dispositivo. Para estar em conformidade, os fabricantes devem documentar o processo em detalhe e apresentar em um arquivo de Engenharia de Usabilidade.

As definições e requisitos normativos compreendem apenas 6 páginas. Em sequência o documento da norma apresenta mais 80 páginas com anexos e exemplos, extremamente úteis para melhor compreensão dos fabricantes.

O processo de análise de usabilidade não deve ser uma avaliação de satisfação ou composto simplesmente por grupos focais, recolhendo opiniões dos clientes, ou somente um teste no final antes do lançamento do produto.

O entendimento sobre usabilidade na indústria de equipamentos médicos e nos órgãos certificadores pode ainda não ser exatamente o mesmo. Para alguns, o processo de usabilidade pode ser considerado simplesmente como um item de um “check list”. Empresas podem muitas vezes pensar em considerar uma avaliação de usabilidade somente no final, como são os ensaios clínicos pré-mercado ou os testes de segurança ou desempenho elétrico. Porém, o processo de Engenharia de Usabilidade deve ser construído dentro do processo de desenvolvimento do produto, sendo o design centrado no usuário. Seguindo os requisitos normativos, o fabricante deverá especificar as funções do produto, os grupos alvo de usuários e suas características, apontar as tarefas críticas e situações de risco, definir as especificações de usabilidade, criar o plano de validação de usabilidade, realizar a verificação e validação final da usabilidade do produto. O processo de Engenharia de Usabilidade é um processo que deve ser iniciado dentro do gerenciamento de risco do fabricante e deve estar alinhado a ele sempre, seguindo as escalas de severidade e riscos residuais.

Fonte: www.userfocus.co.uk/articles/ISO62366.html